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O Cursilho (também conhecido como Movimento de Cursilhos de Cristandade) é um movimento eclesial de evangelização cristã, surgido na Igreja Católica Apostólica Romana, no seio da Ação Católica Espanhola do início do século XX. Nos dias atuais, o movimento foi adaptado e se expandiu para outras denominações, sendo realizado também por diversas igrejas de confissão protestante, no mundo todo.
No Brasil, o Cursilho foi trazido inicialmente à Arquidiocese de Campinas, tendo a primeira edição realizada cidade de Valinhos, no ano de 1962.

No meio protestante, vale salientar que, em 1972, alguns membros da Igreja Episcopal, com elementos de outras igrejas evangélicas, organizaram o primeiro cursilho ecumênico. Foi chamado de "Três Dias", porque a Igreja Romana não permitiu o uso do nome "Cursilho". Não obstante, o movimento "Três Dias" Ter sido zeloso em seguir os princípios ortodoxos do movimento.

Em 1984 a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, na Diocese do Recife, implanta este movimento a partir da Catedral Anglicana do Recife - Paróquia da Trindade, tendo como Deão o Rev. Paulo Garcia, este Reverendo e sua equipe implantou este o MCC - Movimento Cursilhista da Crsitandade e estendeu à outras denominações, isto até o início do ano 2003. Daí, então temos a Igreja Episcopal Carismática do Brasil, cujo Arcebispo é Dom Paulo Garcia, dando continuidade a este ministério, que iniciou na década de oitenta, e tão valioso na construção do Reino , sendo o Arcebispo Dom Paulo um ícone valoroso do Movimento Cursilhista no Brasil.
 
 
 
História
 
O Movimento de Cursilhos de Cristandade ou “a obra dos Cursilhos” - modo como era conhecido inicialmente -, teve seu início no singular contexto social, econômico, político e religioso da Espanha nas décadas de 1930-1940. Coube a iniciativa à Juventude da Ação Católica Espanhola (JACE) da Diocese de Palma de Maiorca (Ilha de Maiorca, Espanha), encorajada por seus assistentes eclesiásticos e por seu Bispo, D. Juan Hervás.
Participando de peregrinações promovidas pela JACE a destacados Santuários nacionais - especialmente a preparação e realização da grande Peregrinação de 80.000 jovens a Santiago de Compostela, em agosto de 1948 -, intuíram eles a “obra dos Cursilhos”. Aqueles cursillos ("cursinhos", em espanhol) eram feitos em preparação à peregrinação, ministrados a milhares de jovens por toda a Espanha. Com o sucesso da iniciativa, a prática foi repetida por vários outros anos, até ganhar estatuto de movimento eclesial, adotando direcionamento mais amplificado e assumindo identidade própria. Marcado por essa sua origem “peregrinante”, o MCC guarda, ainda hoje, algumas tradições típicas, como por exemplo, o uso do termo Ultreya (palavra espanhola derivada do latim com significado de "ir mais adiante", "caminhar mais além com entusiasmo") para designar encontros de cursilhistas, além de materiais como o “Guia do Peregrino” (pequeno livro de orações), utilizado sobretudo nos retiros.

Um eixo doutrinário específico, constituído pelo anúncio jubiloso do Evangelho, através de um método próprio - querigmático-vivencial - facilitaram a conversão entusiasmada de muitos jovens e sua inscrição nas fileiras da JACE. A conquista do mundo para Cristo era sua bandeira - o que denota, ainda, o caráter cristocêntrico do Movimento, mantido até hoje. Esse foi o objetivo específico daqueles primeiros Cursilhos, denominados “Cursilho de Formação e Apostolado” - o primeiro, em janeiro de 1949. Outros vieram na sequência, com o tema “Cursilhos de Juventude” e, por fim, “Cursilhos de Conquista”, em 1952-53.
Alguns jovens sacerdotes da Diocese de Palma de Maiorca que trabalhavam com a Ação Católica e com a JACE, estavam naturalmente influenciados pelas ainda recentes Encíclicas Mystici Corporis (1943) e Mediator Dei (1947), do Papa Pio XII. Um deles chegara recentemente de Roma, após titulação de doutorado em Teologia e, segundo suas próprias palavras, "Tinha obsessão por explicar às pessoas a verdadeira dimensão do cristianismo a partir da consciência do que era a Graça de Deus", tendo levado "(...) à reunião dois tratados teológicos: De gratia Redemptoris ('Sobre a graça do Redentor', de Lennerz), e o volume correspondente da sinopse de Tanquerey".[carece de fontes]
 
O carisma
O Cursilho destaca-se por ser um Movimento eclesial voltado a um primeiro anúncio explícito do ideal evangélico apresentado por Jesus Cristo (kerigma), com o propósito de despertar novas lideranças - preferencialmente, cristãos batizados que estejam afastados da Igreja -, a fim de que se tornem evangelizadoras de suas realidades particulares (denominadas "ambientes").
O chamado carisma da organização, assim, volta-se ao alcunhado propósito de "Evangelização de Ambientes".
Esse anúncio é feito por meio de palestras ("Mensagens", antigamente denominadas Rollos), proferidas por pessoas que já passaram pela experiência do retiro - equipe de "responsáveis", formada em geral, por cristãos de caráter Leigo (Cristianismo) -, apresentadas às pessoas que estão participando do encontro pela primeira vez (alcunhadas de "neocursilhistas").
 
Etapas
 
·         o Pré-Cursilho ("PRÉ"), formado por reuniões preparatórias nas quais o candidato é introduzido ao carisma do MCC, tomando conhecimento da proposta que lhe será feita no retiro;
·         o Cursilho, propriamente dito ("CUR"), retiro espiritual de dois ou três dias, nos quais a mensagem será proclamada;
·         o Pós-Cursilho ("PÓS"), sequência na qual se espera que o novo cursilhista venha a dar vida às reflexões promovidas e aos propósitos assumidos, ambientado no contexto de suas realidades particulares e da Escola Vivencial do Movimento (ou outras pastorais, movimentos ou serviços da Igreja).
 
O estilo de proclamação da mensagem no CUR
 
O mecanismo característico de proclamação da mensagem do Movimento surgiu a partir do seu cunho vivencial, testemunhal, simples, honesto e transparente, ainda que o entusiasmo daí resultante pudesse tocar, de preferência, na emotividade das pessoas - o que não deixava de ser sumamente oportuno. Aos poucos, amoldou-se à tônica querigmático-vivencial, prevalecente até os dias de hoje.
Como projeto e iniciativa da JACE, a “obra dos Cursilhos” expandiu-se por quase todas as dioceses da Espanha - embora contasse, também, com muitos adversários, tanto no seio da própria Ação Católica, como do clero. Diante de Roma e dos demais Bispos da Espanha, D. Juan Hervás assumiu pessoalmente a responsabilidade pela obra, dando a ela apoio efetivo, orientação pastoral e defendendo-a das acusações de que era vítima. Isso lhe valeu a transferência da Diocese de Maiorca para a de Ciudad Real. Em Maiorca, os Cursilhos, postos sob suspeita, foram praticamente suspensos pelo sucessor de D. Hervás, Mons. Enciso Viana, enquanto alguns dos iniciadores eram reduzidos ao silêncio. A suspensão provisória durou até fins de 1957, quando então, após revisões, os Cursilhos voltaram a ser organizados.
Em 1953, na 15ª Assembléia Geral da JACE, tentando resolver dificuldades internas de relacionamento e de estrutura, D. Hervás deu àqueles cursillos o nome de "Cursilho de Cristandade": "(...) felicitação, sobretudo, por estes abençoados ‘cursilhos de Cristandade’, que têm a sorte, como Jesus Cristo, de ser ‘sinal de contradição, postos para tropeço e contradição de muitos’", foram suas palavras entusiasticamente aplaudidas (cf. CAPÓ, Jaime, Cursillos de Cristandad, Ed. Águas Buenas, Porto Rico, 1989).
Procurava-se explicar que o termo “cristandade” não tencionava caracterizar uma volta à Igreja medieval, mas de uma tentativa de fazer com que o mundo, “de costas para Deus” (como se dizia), se "transformasse em cristão”, pela ação de uma “cristandade”.
O Movimento prefigurou uma tendência culminada posteriormente nas reformas promovidas pelo Concílio Vaticano II.

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